Você já leu um livro ou assistiu a um filme em que os personagens conversam de forma tão natural e envolvente que você se sente parte da história? Ou, pelo contrário, já se deparou com diálogos artificiais e monótonos que te fazem perder o interesse pela trama? Se você é uma escritora/escritor ou aspirante à Arte da Escrita, ou mesmo se ama ler e curte compreender as técnicas por trás das obras que curte, com certeza, então, você sabe que os diálogos são uma ferramenta essencial para dar vida aos personagens e à história dos melhores livros e roteiros de cinema, TV e Internet. Mas como escrever esses diálogos, que nos cativam?
Uma das melhores fontes para aprender sobre essa arte é o livro “Diálogo: a Arte da Ação Verbal na Página, no Palco e na Tela” de Robert McKee, um renomado professor e consultor de roteiro que já ensinou milhares de escritores, incluindo alguns ganhadores do Oscar como Quentin Tarantino, Peter Jackson e Aaron Sorkin. Neste livro, McKee explica os princípios e as técnicas para criar diálogos que soem autênticos, reveladores e dinâmicos. Ele também analisa exemplos de diálogos bem-sucedidos e fracassados de obras clássicas e contemporâneas, tanto literárias quanto cinematográficas.
Este artigo resume algumas das lições mais importantes do livro de McKee, e mostra como você pode aplicá-las na sua própria escrita criativa, e também como dar forma a esses diálogos se está escrevendo prosa literária ou roteiros audiovisuais.
O que é diálogo?
Segundo McKee, diálogo é “a expressão verbal da ação”. Isso significa que os personagens não falam apenas para informar ou explicar algo, mas para agir sobre o mundo e sobre os outros. Cada fala é uma tentativa de alcançar um objetivo, seja ele consciente ou inconsciente, explícito ou implícito. Por isso, o diálogo deve ser visto como uma forma de conflito, em que os personagens usam as palavras como armas para defender seus interesses, atacar seus oponentes, manipular seus aliados, seduzir seus amantes, etc.
O diálogo também é uma forma de caracterização, pois revela aspectos da personalidade, da história, da cultura e da psicologia dos personagens. Através do diálogo, o leitor pode conhecer as motivações, as emoções, os valores, os medos e os desejos dos personagens. Além disso, o diálogo pode criar subtexto, ou seja, o significado oculto por trás das palavras. O subtexto pode ser criado por meio de ironia, sarcasmo, mentira, insinuação, duplo sentido, etc.
Como escrever diálogo?
Para escrever um bom diálogo, McKee recomenda seguir alguns passos:
- Defina o objetivo do diálogo. Antes de escrever qualquer fala, pergunte-se: qual é a função deste diálogo na história? O que ele precisa comunicar ao leitor? O que ele precisa provocar nos personagens? O que ele precisa avançar na trama? O objetivo do diálogo pode ser expositivo (revelar informações importantes), dramático (criar conflito e tensão), emocional (despertar sentimentos e emoções), temático (explorar ideias e valores), etc.
- Defina o objetivo dos personagens. Cada personagem que participa do diálogo deve ter um objetivo próprio, que pode ser diferente ou oposto ao do outro. O objetivo pode ser declarado ou oculto, mas deve ser claro para o escritor. O objetivo dos personagens determina o tom, o ritmo e a escolha das palavras do diálogo.
- Escreva o primeiro rascunho do diálogo. Nesta etapa, não se preocupe com a qualidade ou a verossimilhança do diálogo. Apenas escreva o que vier à mente, seguindo o objetivo do diálogo e dos personagens. Não se censure nem se edite. Deixe fluir.
- Revise o diálogo. Agora é hora de lapidar o seu texto. Leia o seu diálogo em voz alta e observe se ele soa natural e coerente. Elimine as palavras desnecessárias, os clichês, as repetições, as explicações excessivas, as frases óbvias, etc. Torne o diálogo mais conciso, mais específico, mais expressivo, mais original. Use a pontuação, a formatação e os recursos sonoros para dar ritmo e ênfase ao diálogo. Use as ações, as descrições e os pensamentos dos personagens para complementar o diálogo. Use o subtexto para criar ambiguidade e profundidade ao diálogo.
- Use o diálogo como uma forma de ação. O diálogo não deve ser apenas uma troca de informações ou uma exposição de ideias. Ele deve ser uma forma de os personagens agirem uns sobre os outros, buscando atingir seus objetivos, provocar reações, manipular, seduzir, confrontar, etc. O diálogo deve ter um propósito dramático e um efeito sobre a história.
- Evite o diálogo on-the-nose. O diálogo on-the-nose é aquele que expressa exatamente o que o personagem está pensando ou sentindo, sem deixar nada implícito ou subentendido. Esse tipo de diálogo é pouco realista, pois na vida real as pessoas raramente dizem tudo o que pensam ou sentem. Além disso, ele é pouco interessante, pois não cria nenhum mistério ou ambiguidade. O diálogo deve sugerir mais do que revelar, deixando espaço para a interpretação do leitor ou espectador.
- Varie o subtexto do diálogo. Essa dica complementa a anterior. O subtexto é o significado oculto por trás das palavras do personagem. Ele pode ser diferente ou até oposto ao que o personagem diz literalmente. Por exemplo, um personagem pode dizer “eu te amo” com sinceridade, com ironia, com medo, com raiva, etc. O subtexto depende do contexto, da situação, da personalidade e da intenção do personagem. Variar o subtexto do diálogo torna-o mais rico e complexo.
- Diferencie a voz dos personagens. Cada personagem deve ter uma forma única de falar, que reflita sua origem, sua educação, sua profissão, sua idade, seu gênero, sua personalidade, etc. Os personagens devem usar vocabulários, sotaques, gírias, expressões idiomáticas e modos de falar distintos uns dos outros. Isso ajuda a caracterizar os personagens e a torná-los mais memoráveis.
- Peça feedback. Mostre o seu diálogo para alguém que possa te dar uma opinião honesta e construtiva. Pode ser um amigo, um colega, um professor, um editor, um leitor beta, etc. Peça para essa pessoa ler o seu diálogo em voz alta e te dizer o que ela achou. O diálogo é claro? É interessante? É crível? É relevante? O que pode ser melhorado? O que pode ser cortado? O que pode ser acrescentado? Anote as sugestões e faça as alterações que julgar necessárias.
Exemplo de diálogo
Para ilustrar como escrever um bom diálogo, segundo McKee, vamos usar um exemplo retirado de uma notória obra de ficção científica: o filme “Blade Runner“, dirigido por Ridley Scott e baseado no livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?” de Philip K. Dick. Neste filme, ambientado em um futuro distópico, o protagonista Deckard é um caçador de androides que precisa eliminar quatro replicantes (androides quase idênticos aos humanos) que fugiram de uma colônia espacial e vieram para a Terra. Um dos replicantes é Rachael, uma mulher que trabalha na empresa que fabrica os replicantes e que não sabe que é uma replicante. Deckard se apaixona por ela e tenta convencê-la a fugir com ele.
Veja um trecho do diálogo entre as personagens Deckard e Rachael:
DECKARD: Você confia em mim?
RACHAEL: Eu confio em você.
DECKARD: Nós temos que sair daqui.
RACHAEL: Para onde vamos?
DECKARD: Não sei. Em algum lugar onde eles não possam nos encontrar.
RACHAEL: Eles? Quem são eles?
DECKARD: Aqueles que querem nos matar. Você sabe quem são.
RACHAEL: Eu sei. Mas eu não entendo. Por que eles querem nos matar? Nós não fizemos nada de errado.
DECKARD: Não importa. Eles não se importam com o que nós fizemos ou deixamos de fazer. Eles só se importam com o que nós somos.
RACHAEL: O que nós somos?
DECKARD: Nós somos diferentes. Nós somos especiais. Nós somos… (ele hesita)
RACHAEL: Nós somos o quê?
DECKARD: (ele a beija) Nós somos humanos.
Este diálogo é um exemplo de como usar a ação verbal para revelar as emoções, os conflitos e os temas dos personagens. Veja como cada fala tem uma intenção clara, um subtexto e uma consequência. Veja também como o diálogo avança a trama, aumenta a tensão e cria um clímax emocionante.
Formatação de diálogos
Reparou no formato que usei para escrever? Nada a ver com o que achamos nos livros e roteiros, claro, usei uma forma o mais clara e objetiva possível, para deixar evidente para você o conteúdo, mais do que a forma.
Mas na literatura, por exemplo, existem regras formais. Já reparou nas diferenças entre os diálogos escritos em livros brasileiros e norte-americanos?
Em geral, os livros brasileiros usam o travessão (—) para indicar o início e o fim de um diálogo, enquanto os livros norte-americanos usam as aspas (“ ”). Veja um exemplo:
Livro brasileiro:
— O que você está fazendo? — perguntou Ana.
— Nada demais. — respondeu Pedro, sem olhar para ela.
Livro norte-americano:
“What are you doing?” Ana asked.
“Nothing much.” Pedro replied, without looking at her.
Essa diferença pode parecer pequena, mas tem algumas implicações. O travessão permite que a autora ou autor intercale a fala do personagem com a descrição da sua ação ou expressão, sem precisar repetir o sinal de pontuação ao final. Um exemplo:
— Não sei se quero ir. — ele coçou a cabeça, indeciso. — Talvez seja melhor ficar em casa.
(Aqui vale lembrar a regrinha para texto narrativo que fica entre uma fala e outra do personagem, este deve sempre iniciar com letra minúscula, pois “se entende a parte dialógica e a parte narrativa juntas compõem uma única frase”. Viu a letra “e” em negrito na frase acima?).
Já as aspas exigem que a autora ou autor feche e abra novamente o sinal de pontuação a cada interrupção do diálogo. Por exemplo:
“I don’t know if I want to go.” He scratched his head, undecided. “Maybe it’s better to stay home.”
Além disso, e essa é parte que mais aprecio na formatação brasileira, o travessão pode ser usado para indicar uma mudança de interlocutor sem precisar identificar quem está falando, pois marca melhor essa transição. Veja:
— Você vem comigo ou não?
— Claro que sim.
— Então vamos logo.
Já as aspas tendem a requerer que a autora ou autor especifique quem está falando a cada mudança de interlocutor. Por exemplo:
“Are you coming with me or not?” John asked.
“Of course I am.” Mary said.
“Then let’s go.” John said.
Essas diferenças podem influenciar o ritmo, a fluidez e a clareza dos diálogos. O travessão pode dar mais agilidade e dinamismo à conversa, enquanto as aspas podem dar mais precisão e detalhamento. Não há uma forma certa ou errada de escrever diálogos, mas é importante conhecer as características de cada uma e adaptar a nossa escrita ao estilo do livro e do público-alvo. Em Roma, faça como os romanos, e escrevendo para estadunidenses, use aspas em seus diálogos.
Um diálogo roteirizado
No texto formatado como roteiro, utilizando a excelente estrutura Master Scenes, precisamos aprender uma série de regras de formatação, cujo objetivo é facilitar a leitura do texto por atrizes, produtores, diretoras, enfim, todos os criativos de audiovisual.
Em resumo, é assim: dividimos a escrita cena a cena, e começamos indicando se a cena ocorre dentro ou fora de alguma lugar (EXT. para cenas ao ar livre, nas ruas de uma cidade, por exemplo. INT. para cenas dentro de ambientes fechados, seja um carro ou a sala de uma casa ou mesmo o interior de um shopping center), em seguida dizemos que lugar é esse (no exemplo mais abaixo, veremos que a cena descrita vai ocorrer em uma PRISÃO, na CELA DE LECTER), por fim indicamos se a cena ocorre de DIA ou de NOITE.
No parágrafo posterior a este cabeçalho com as informações básicas, descrevemos brevemente como a cena começa, incluindo que personagens estão nela e o que fazem no início de cena, é uma introdução, aquele momento em que as pessoas se colocam logo antes de conversarem.
Depois seguem os diálogos, encimados pelo nome do personagem. Repare que logo antes da fala do personagem, o roteirista pode colocar informações essenciais e básicas sobre a atitude do personagem quando ele verbaliza aquela fala. Geralmente essas dicas de interpretação aparecem ali entre parênteses, vide, no exemplo mais abaixo, a frase “(olha para o crachá dela)”.
A formatação em letras maiúsculas e minúsculas é exatamente como segue no exemplo a seguir.
Conferindo o formato roteiro na prática
No novo exemplo, adaptado do filme “O Silêncio dos Inocentes” (1991), dirigido por Jonathan Demme e escrito por Ted Tally, a cena mostra a agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) visitando pela primeira vez o psiquiatra canibal Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) em uma prisão de segurança máxima:
INT. PRISÃO – CELA DE LECTER – DIA
CLARICE entra na cela de LECTER com cautela. Ela vê LECTER em pé atrás de uma parede de vidro reforçado.
LECTER
Bom dia.
(olha para o crachá dela)
Você é a agente Starling, não é? Eu sou Hannibal Lecter.CLARICE
Dr. Lecter, meu nome é Clarice Starling. Posso falar com o senhor?LECTER
É claro.CLARICE
O senhor é um psiquiatra muito famoso. E um assassino muito esperto.LECTER
Isso é muito gentil da sua parte.CLARICE
Eu vim aqui porque preciso da sua ajuda, doutor.LECTER
Realmente? Em que posso ajudá-la?CLARICE
Estamos investigando um caso de assassinato em série. O assassino sequestra mulheres, mata-as e depois arranca a pele delas.LECTER
E o que você quer de mim?CLARICE
Quero que o senhor me ajude a entender esse homem. Quero que o senhor me diga o que ele sente, o que ele pensa, o que ele quer.LECTER
E por que eu faria isso?CLARICE
Porque o senhor é um especialista em comportamento humano. Porque o senhor tem uma mente brilhante e uma curiosidade insaciável. Porque o senhor está entediado e solitário nesta prisão. E porque talvez, só talvez, o senhor sinta alguma simpatia por essas vítimas.LECTER
Simpatia? Eu não sinto simpatia por ninguém, agente Starling. Eu sinto apenas fome.CLARICE
Fome de quê?LECTER
De tudo. De conhecimento, de arte, de beleza, de vida. E de carne humana, é claro.CLARICE
O senhor é um monstro, doutor.LECTER
Não, eu sou apenas diferente. E você? O que você sente, agente Starling? O que você pensa, o que você quer?CLARICE
Eu sinto medo, doutor. Medo de falhar, medo de morrer, medo de não salvar essas mulheres. Eu penso em como pegar esse assassino, em como provar o meu valor, em como fazer justiça. Eu quero resolver esse caso, doutor. Eu quero pegar esse monstro.LECTER
Então nós temos algo em comum, agente Starling. Nós dois queremos pegar um monstro. Mas qual de nós dois é o verdadeiro monstro?
Para maiores detalhes sobre formatação de roteiros, por favor leia meu artigo As Melhores Práticas para Formatação de Roteiros.
Voltando ao conteúdo além da forma
Reparou que mesmo o diálogo roteirizado acima segue pelo menos algumas das recomendações de McKee? Veja:
- É uma forma de ação. Clarice quer obter informações de Lecter para resolver o caso. Lecter quer testar e manipular Clarice para se divertir e negociar benefícios;
- Evita o on-the-nose. Clarice e Lecter não dizem tudo o que pensam ou sentem. Eles usam eufemismos, ironias, perguntas e insinuações para se comunicar;
- Varia o subtexto. Clarice e Lecter têm subtextos diferentes ou opostos ao que dizem literalmente. Por exemplo, quando Lecter diz “Isso é muito gentil da sua parte”, ele está sendo sarcástico e desdenhoso.
- Diferencia a voz dos personagens. Clarice e Lecter têm formas distintas de falar. Clarice usa um tom formal, educado e objetivo. Lecter usa um tom culto, refinado e provocativo;
- Foi revisado e editado. O diálogo é conciso, claro e coerente. Não há palavras desnecessárias, clichês, repetições ou inconsistências.
Desmonte, analise, critique a arte dos diálogos
O formato é essencial, para que nosso público-alvo (leitoras, atores, diretoras, produtores, etc.) compreenda e se prepare para as convenções do meio que nossa obra usa para alcançar esse público, mas a Arte do Diálogo é, em essência, conteúdo e a compreensão sobre como e quais as razões da comunicação. A maioria desses significados está oculta abaixo da superfície do que as pessoas falam. E compreensão se faz estudando, observando e analisando.
Sem jamais perder de vista que o diálogo não é apenas uma troca de informações, mas uma forma de arte que exige criatividade, sensibilidade e técnica.
Assim, revisando tudo o que conversamos até aqui neste artigo, sugiro que você leia muitos diálogos, em livros e em roteiros, buscando sempre as qualidades a serem absorvidas e falhas a serem evitadas:
- Preste atenção em como as pessoas falam, mas não exatamente na superfície do que elas falam. Observe gírias, coloquialismos, interrupções, hesitações, e faça uso desses recursos também nos seus textos, sem exagerar ou tornar o diálogo confuso ou monótono;
- Observe as explicações desnecessárias, clichês, redundâncias, frases feitas ou banalidades. Cada fala deve ter um propósito e um impacto na história e nos personagens, nada deve ser ao acaso;
- Procure ouvir (e aprender a criar) a voz distinta de cada personagem, que leva em conta sua personalidade, seu passado, sua cultura, sua educação, seu humor, seu estado emocional etc.;
- Veja se o texto mostra mais do que diz. Se faz uso do diálogo para sugerir o que os personagens estão pensando ou sentindo, sem dizer explicitamente. Atente para se o diálogo implementa o subtexto, as entrelinhas, as ironias, as metáforas etc.;
- Observe a variedade do ritmo, o tom e o volume do diálogo. Analise se usa frases curtas ou longas, perguntas ou afirmações, exclamações ou sussurros etc., de acordo com a situação e a emoção dos personagens;
- No entorno do diálogo, veja se quem escreve usa a ação física para complementar o diálogo. Se mostra como os personagens se movem, se olham, se tocam etc., enquanto falam ou escutam. Se a narrativa em torno do diálogo exibe gestos, expressões faciais, linguagem corporal etc., para reforçar ou contrastar o que eles dizem.
Na arte do diálogo o texto que demarca o diálogo em si, como tudo mais na escrita, é uma engrenagem em um sistema, interagindo com as outras partes do texto sempre, especialmente na escrita literária, onde o mergulho nas entrelinhas, no não dito, está também no texto (os roteiros para audiovisuais devem sugerir que há mais, mas no produto final, essa subtexto será expresso por imagens), então é preciso estudar, analisar, produzir, revisar, testar (em voz alta, parece não, mas isso é importante para todos os textos e fundamental para audiovisual) e reescrever até que tudo esteja enxuto, mas profundo.
Mãos à obra!
Por Wagner RMS.