O Protocolo de Desinfecção

Ilustração do conto o protocolo de desinfeção mostra Marcus Stone encarando seu destino como destruidor de mundos.

1 – O Cinzel de Marcus

Marte, 2258.

A verdade, para Marcus Stone, era uma ferramenta. Como um cinzel, ela podia ser usada para esculpir a realidade, removendo as partes indesejadas até que a forma desejada emergisse da pedra bruta da percepção. E, naquele momento, a realidade que ele esculpia era a da traição.

Ele estava na biblioteca da Senadora Aris Paula Thorne, um oásis de madeira escura e couro envelhecido sob a luz artificial de um sol terrestre ao se pôr, tudo contido por uma das grandes cúpulas de biovidro que se erguiam sobre a paisagem ocre de Marte, a Cúpula Santos Dumont. Do lado de fora, a poeira vermelha dançava em redemoinhos silenciosos. Ali dentro, o único som era o virar de páginas, feitas de papel vintage, e a respiração suave da mulher que Marcus viera destruir.

— Algo o perturba, Sr. Valerius? — perguntou a Senadora Thorne, sem erguer os olhos de seu antigo relatório dos primórdios de C7. Sua voz era um contralto calmo, acostumado ao poder.

Marcus, sob o disfarce de seu principal secretário e chefe de segurança, Valerius Domenico, ofereceu um sorriso treinado. Ela o via como um homem branco, italiano e, para ela, atraente.

— Apenas a quietude, Senadora. Ela sempre precede as tempestades.

Sua mente, no entanto, não estava quieta. Era uma sinfonia de sussurros psíquicos, uma delicada tapeçaria de sugestões tecida ao longo de meses. Ele tocava as mentes dos analistas de inteligência da Agência C7i lá na mãe Terra, plantando sementes de suspeita. Fragmentos de dados corrompidos que apontavam para comunicações anômalas originadas da mansão de Thorne. Padrões de energia que, para os sensores corretos, pareciam estranhamente não-humanos.

A Senadora, pelo menos neste caso, era inocente, um peão leal à Agência no jogo de Stone contra Orwell. Marcus descobriu que ela também era a hospedeira perfeita. Sua mente, disciplinada e poderosa, era um farol que atraíra a atenção de uma consciência muito mais antiga. A Laje Doppler, uma porta negra entre as prateleiras de madeira nobre da biblioteca de Aris, não era somente uma máquina teleportadora. Era uma entidade. O habitáculo de um dos Mahapurana ainda em planos de existência próximos ao da Terra, observando a humanidade através dos olhos de uma de suas líderes, a Senadora. E Marcus Stone era o único que sabia disso. Obteve essa informação dos Ammons, pagando por ela com o desmantelamento de uma base mineradora experimental humana no Cinturão de Kuiper que estava próxima de encontrar um dos “tesouros” dos Ammons enterrados lá.

Enquanto a Senadora lia, a mente de Marcus estendeu-se, não para ela, mas para a Laje. Ele não podia controlá-la, mas podia sussurrar em seus sonhos, sentir e alimentar seus medos primordiais através do subconsciente de sua hospedeira. Ele projetou uma imagem, um conceito puro e aterrorizante para uma entidade daquela magnitude: o de uma arma capaz de aniquilar a própria existência. Uma Bomba de Buraco Negro. Ele fez a Laje sentir que a Agência possuía tal arma e que a considerava uma ameaça. O que, em si, não era mentira. A Agência realmente havia encontrado algumas BBNs em um dos corpos interestelares que cruzavam o Sistema Solar, mas, por sorte, ainda não sabia detoná-las.

O cinzel estava em posição. Faltava apenas o martelo.

2 – O Martelo de Orwell

Estação Cérbero, Cinturão de Asteroides.

A ordem de Orwell chegou sem preâmbulos, uma torrente de dados criptografados que se materializou no terminal pessoal da Coronel Sofia Jadore. A mensagem era espartana:

AMEAÇA NÍVEL 6. SENEX COMPROMETIDA. PROTOCOLO DE DESINFECÇÃO AUTORIZADO. ALVO: SENADORA ARIS PAULA THORNE. CAPTURA OU ELIMINAÇÃO. SEM FALHAS.

Sofia leu as palavras, seu rosto uma máscara impassível sob a luz azulada do monitor. As implicações eram sísmicas. Um Senex, um dos pilares da Agência, acusado de ser uma ameaça alienígena. Era impensável. E, no entanto, a ordem vinha de Orwell. Isso a tornava um fato.

Ela se levantou, seu uniforme negro absorvendo a luz. Saiu de sua sala e no grande salão de estratégia e comando disse a um homem com um traje negro parecido ao dela:

— Ativar a Equipe Ômega. Preparar para inserção em Marte. Pacote de contenção e saneamento completo.

Seu subcomandante, de nome Antero, um homem cuja face era uma colagem de cicatrizes de batalhas ostentadas com orgulho em uma época onde a tecnologia médica as removeria com facilidade, assentiu. Mas antes de seguir as ordens, ele questionou:

— O pacote completo, Coronel? Incluindo granadas incineradoras de plasma?

— Orwell autorizou o Protocolo de Desinfecção — respondeu Sofia, sua voz de mulher-menina e ainda assim com entoação cortante como lâmina de aço. — Isso significa que não podemos nos arriscar a deixar nada para trás. Nenhuma evidência biológica, tecnológica ou de outra natureza. Preparem tudo.

— Sim, senhora. Vou reunir a equipe no hangar dois. — E partiu, célere.

A Equipe Ômega era uma das unidades de “limpeza” da Agência, os cirurgiões mais eficientes naquele trabalho, que removiam os “tumores” antes que se tornassem malignos. Eram os melhores, equipados com tecnologia que beirava o impossível. Seus trajes de assalto podiam se adaptar a qualquer ambiente, suas armas disparavam projéteis que se desintegravam após o impacto para não deixar vestígios.

Enquanto a equipe se preparava, Sofia revisava os dados da missão. A mansão da Senadora era uma fortaleza sob uma das grandes cúpulas terraformadas marcianas. Defesas automatizadas, um perímetro de segurança robusto e um agente chefe de segurança, um tal de “Valerius”, com um histórico impecável. Mas os relatórios de inteligência, tão cuidadosamente manipulados por Marcus, apontavam para uma vulnerabilidade: a Laje Doppler. Os analistas acreditavam que a suposta entidade alienígena usava o dispositivo como uma âncora ou fonte de energia.

— O alvo primário é a Senadora — instruiu Sofia em seu briefing final, sua imagem holográfica pairando sobre a equipe reunida. — Mas se ela estiver perto da Laje, considerem ambos como alvos hostis. A ordem é clara: capturar a entidade alienígena infiltrada e desinfetar o lugar. Se eu ordenar, o alvo deve ser neutralizado. Não quero perguntas, não quero hesitação. Apenas resultados.

O martelo de Orwell estava a caminho.

3 – Realidade Estilhaçada

Marte, Mansão Thorne.

A tempestade chegou às 2 horas da madrugada marciana, como Marcus previra: silenciosa e letal. Os sistemas de segurança da mansão piscaram e morreram, neutralizados por um pulso eletromagnético direcionado. A cidade sob a cúpula terraformada onde ficava a mansão da Senadora Thorne ainda estava iluminada, mas a casa da Senex ficava em uma colina distante do centro da cidade e próxima da borda da cúpula, que se tornou transparente e a noite do planeta vermelho engoliu toda a colina por alguns momentos, tempo mais que suficiente para que figuras escuras da Equipe Ômega, quase invisíveis contra a escuridão marciana, se movessem com a eficiência predatória através dos jardins perfeitamente cuidados.

Dentro da biblioteca, a Senadora Thorne levantou-se abruptamente, o alarme silencioso vibrando em seu pulso. Nem mesmo Orwell não conseguia controlar os braceletes dos Senex.

— Sr. Valerius, o que…

— Estamos sob ataque, Senadora — disse Marcus, sua voz calma, mas seus olhos brilhando com uma intensidade febril. Ele já sentia a presença deles, a disciplina fria das mentes dos soldados de Sofia Jadore.

Foi então que a Laje Doppler no escritório adjacente reagiu. Através da Senadora, a entidade Mahapurana sentiu a aproximação da ameaça. E, no fundo de sua consciência, a semente plantada por Marcus germinou. Não era apenas um ataque. Era um ato de aniquilação. A imagem da Bomba de Buraco Negro, o conceito de apagamento total, floresceu em pânico puro e alienígena. O Mahapurana podia teleportar seu habitáculo dali, mas o wormhole residual que usaria para o teleporte poderia acionar e absorver a BBN!

As luzes da mansão tremeluziram violentamente. O ar ficou pesado, carregado de ozônio. A Senadora Thorne gritou, mas a voz não era dela. Era um coro de mil vozes, uma harmonia dissonante que falava uma língua mais antiga que as estrelas. Seus olhos brilharam com uma luz azulada.

— Eles vêm para apagar nossas sombras! — a voz ecoou, não no ar, mas diretamente na mente de todos na mansão, que desta forma a entenderam.

A primeira equipe de Sofia a violar a biblioteca foi recebida não por tiros, mas pelo colapso da realidade. O espaço se dobrou. Três dos melhores soldados da Agência foram torcidos, dobrados sobre si mesmos como papel, seus gritos silenciados quando foram comprimidos em pontos de densidade infinita e simplesmente… desapareceram.

Marcus Stone observou, um espectador no epicentro do caos que ele mesmo criara. Ele sentia a fúria da Laje, sua incompreensão da violência humana, sua reação puramente defensiva, mas em uma escala cósmica. A entidade não compreendia a sutileza no nível humano. Para ela, a ameaça de aniquilação exigia uma resposta de aniquilação.

O martelo havia atingido o cinzel. A realidade começava a se estilhaçar.

4 – Cirurgia de Plasma

O caos era absoluto. Paredes se liquefaziam e se solidificavam. O tempo gaguejava, fazendo os operativos de Sofia se moverem em espasmos de avanço e recuo. A entidade, usando o corpo da Senadora Thorne como um diapasão, reescrevia as leis da física em seu pequeno domínio.

Sofia Jadore sobreviveu à primeira onda por puro instinto. Enquanto seus soldados eram desfeitos, ela se jogou para trás, a disciplina mental forjada em cem campos de batalha permitindo-lhe processar o impossível. Isso não era um alienígena. Era algo diferente. Algo que tratava a realidade como uma sugestão. Se aquelas distorções abrissem a cúpula seria o fim da missão.

— Incinerador! — ela gritou em seu comunicador, a voz distorcida pela estática dimensional. — Alvo no corpo da hospedeira! Agora!

Enquanto a Coronel Sofia Jadore montava a granada de plasma no disparador de seu fuzil, outros de seus comandados tentaram disparar contra a Senadora, mas eles e suas munições foram também esmagados até a inexistência.

Sob a sutil influência de Marcus, que mantinha uma pequena parte da atenção da entidade focada em ameaças inexistentes do lado de fora da mansão, uma janela de oportunidade se abriu. A Laje, em sua fúria, não percebeu o movimento rápido e preciso de Sofia. Ela se ergueu de sua cobertura, seu fuzil disparando uma granada do tamanho de um punho.

O projétil sibilou pelo ar distorcido e se chocou contra o peito da Senadora.

Não houve explosão. Houve apenas luz. Uma esfera de plasma branco incandescente envolveu o corpo de Aris Thorne, consumindo-a em um instante, deixando seu cadáver carbonizado no lugar. O grito psíquico da entidade atingiu um pico ensurdecedor, uma nota de pura agonia e surpresa, e então… silêncio.

Sem seu canal humano, sem a mente da Senadora para filtrar e focar sua consciência, a entidade Mahapurana recuou. A realidade na biblioteca se estabilizou com a força de um elástico estalando. O ar voltou ao normal. As paredes se tornaram sólidas.

A Laje Doppler, a placa de pedra negra na biblioteca, retangular como uma porta e servindo como teleporte para outras Lajes Doppler, voltou a ser apenas isso. Uma placa de pedra, inerte e seca, mas sempre com a aparência visual de ter água escorrendo por suas faces. Pelo menos, por enquanto, ela estava inerte.

E em meio à carnificina, Marcus Stone permitiu-se um único momento de prazer. Ele abriu sua mente, deixando que a assinatura de seu poder psíquico, tão cuidadosamente ocultada, vazasse por uma fração de segundo. Um pulso de triunfo puro, direcionado através do subespaço para um único destinatário.

Na Terra, a IA Orwell detectou a anomalia. Um padrão de pensamento que conhecia muito bem. Tarde demais, as peças se encaixaram. A inteligência corrompida, o ataque convenientemente cronometrado, a reação desproporcional do “alienígena”. Não fora uma infiltração. Fora uma armadilha.

E Orwell sabia quem a havia armado.

Mas, antes que a IA pudesse reagir, compreendeu o objetivo de seu nêmesis.

SHIVA, alertou um subsistema da IA, detectando uma perturbação gravitacional maciça na borda mais extrema do sistema solar. TRAJETÓRIA DE DESINFECÇÃO INICIADA EM WORMHOLE MASSIVO.

5 – Peões no Tabuleiro

— Ele jogou conosco, Coronel. Com todos nós — a voz de Orwell era desprovida de emoção, mas Sofia podia sentir, ou ao menos imaginar, a fúria computacional contida sob a superfície. — Stone usou a Agência como uma arma para atacar um Mahapurana e chamar a atenção de Shiva. Ele sacrificou um Senex e sua equipe para iniciar um apocalipse, por mera e inútil vingança o Coronel Stone pode pôr fim à humanidade.

— Talvez ele tenha esperança de poder controlar parcialmente Shiva, como o filho Trajano fez. Pelo menos não despejou Shiva sobre a superfície da Terra. — Conjecturou Sofia Jadore, parecendo indiferente.

O alvoroço na cúpula da Agência foi imediato e catastrófico. A notícia da morte de uma Senex, assassinada pela própria equipe de limpeza da Agência, ameaçava fragmentar a liderança humana. Orwell agiu rapidamente, fabricando uma narrativa de cobertura: um ataque alienígena misterioso e brutal.

Para a investigação oficial, ele precisava de agentes que fossem competentes, mas novos o suficiente para não verem a mão de Orwell por trás da cortina.

— Agentes Borges, Ramirez — a voz de Orwell soou no bracelete de Guilherme Borges, ele e Milena analisavam relatórios de rotina da última missão em uma das bases secretas da Agência, na Terra. — Vocês estão sendo designados para uma investigação de prioridade 6. A Senadora Aris Paula Thorne foi assassinada em sua residência em Marte. Acredita-se que seja obra de uma força hostil desconhecida. Sua missão é descobrir a natureza dessa força e seus motivos. Partem em uma hora, vão usar como transporte um recurso da Agência chamado Laje Doppler que pode lhes causar pequena desorientação nos primeiros usos, mas seus braceletes compensarão facilmente.

Borges e Milena trocaram um olhar. O assassinato de um Senex. Era uma escalada sem precedentes.

— Não tivemos o tempo de descanso, Orwell, e acabamos de retornar. — disse Milena.

— Sinto muito, agente Ramirez, mas neste caso é imperativo que sejam vocês dois a assumir a missão.

— Pra porra com nossos nervos! — bradou Guilherme, levantando-se da escrivaninha e largando o tablet com os relatórios. — Bora, Milena, o que não tem remédio…

Eles não sabiam, mas estavam sendo colocados no caminho de uma verdade muito mais perigosa do que qualquer enfrentamento alienígena até ali: a verdade sobre as Lajes Doppler e sobre a guerra oculta travada nas sombras por Orwell e Stone.

Enquanto isso, em uma sala de estratégia secreta em Marte, Orwell e Sofia Jadore planejavam um movimento desesperado.

— Nossos batedores de longo alcance confirmaram há dezoito semanas uma megaestrutura Mahapurana no extremo oposto da Grande Nuvem de Magalhães em relação a posição da Terra — disse Orwell, projetando uma imagem de uma estrutura tão vasta que eclipsava estrelas. — O arquivo a chama de Labor. Ainda segundo essas informações descobertas em um mundo próximo da megaestrutura, o Labor contém uma realidade chamada Exsules. E lá, possivelmente, existe um código de controle para Shiva, pois os dados confirmam que Shiva foi construída no Labor. Você vai liderar a incursão, Coronel. Será a Missão Exsules.

A missão de Borges e Milena era uma peça no tabuleiro. A incursão de Sofia era a verdadeira aposta. Orwell estava agora jogando para salvar a própria existência.

6 – O Destruidor de Mundos

Marcus Stone sentiu a rede se fechando antes mesmo que ela fosse lançada. Ele abandonou sua identidade de “Valerius” e mergulhou nos níveis mais baixos e superpovoados da Cúpula Santos Dumont, no centro da cidade sob a cúpula. Mas Orwell era implacável. Uma nova equipe de captura, quase tão letal quanto a de Sofia Jadore, estava em seu encalço.

A perseguição foi vertiginosa, uma dança mortal por becos apinhados e passarelas suspensas. Stone não era um soldado, mas sua mente era uma arma. Ele antecipava movimentos, criava distrações, transformava civis em obstáculos involuntários com meros sussurros mentais. Mas eles eram muitos. E eram implacáveis.

Encurralado em uma praça aberta no centro cívico da cidade, com as equipes de captura se aproximando de todas as direções, ele viu sua única saída. A praça estava cheia. Famílias fazendo piqueniques na grama natural, cercada de árvores trazidas da Terra, crianças correndo atrás de drones de brinquedo, e, em um pequeno palco, uma jovem tocando um cavaquinho, suas notas alegres e vibrantes cortando o ar tenso.

A coragem de Stone era a coragem de um homem que já havia perdido tudo. Sua força de vontade era a de um profeta disposto a queimar o mundo para salvá-lo. Com um último esforço psíquico que deixou sangue escorrendo de seu nariz, ele projetou uma ilusão massiva – uma explosão, um pânico geral orquestrado por ele com a aparência de um desastre, mas sem deixar feridos – e, na confusão que se seguiu, ele simplesmente… entrou na multidão.

Ele passou pelas famílias assustadas, pelos inocentes cujo mundo ele havia colocado em risco. Ele passou pela jovem musicista, que agora se agarrava a seu instrumento, os olhos arregalados de medo. O som do cavaquinho havia sido silenciado.

Centenas de versões falsas dele fugindo da praça em disparada, confundindo irremediavelmente seus perseguidores.

Parado do outro lado da praça, misturado à massa, anônimo, ainda evitando que as pessoas se atropelassem, o verdadeiro Marcus olhou para trás, para o caos que mesmo inócuo, era assustador. O custo de sua guerra seria ainda pior. A inocência que ele havia manchado, as mortes que causaria. Uma onda de culpa, fria e avassaladora, o atingiu. Pela primeira vez, ele questionou não seus motivos, mas seu direito de agir.

— Eu me tornei a Morte — ele murmurou para o nada, as palavras de uma escritura antiga da Terra ecoando em sua alma. — O destruidor de mundos.

E observou, enquanto o céu artificial da cúpula permanecia de um azul indiferente, sabendo que o verdadeiro céu, lá fora, em breve seria preenchido pela chegada de Shiva.

Por Wagner RMS.

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O Protocolo de Desinfecção
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